quarta-feira, 2 de novembro de 2011

MINHA MINEIRICE


A criança mineira assim que nasce
Se apresenta ao mundo com a meiguice
De balbuciar ao invés de papai
A estranha palavra Uai!
Espia o mundo disconfiado
Óia de cá , óia de lá e pergunta:
- On qui ô tô ? On qui eu vô ?
Mal sabe que vai embarcar num trem.

Ô trem bão sô!
Tamãe dum coração
Cabe o mundo e
Todo mundo!

Mundo de montanhas
Que carrega a gente para o alto
Sempre alto,cada vez mais alto
E dependendo do salto
Caimos nas asas de um anjo
Recebendo dele um abraço
Ou damos de cara com Deus
Que nos oferece o regaço.

Aí a mineirice se instala
Como um perfume que exala
Tomando conta da sala
Nesse instante tudo se acalma.

Em silêncio,ao Senhor,
A gente então agradece
O aconchego que um lar oferece
A beleza do céu quando anoitece
O grão que cai no chão, feito prece
E o milagre do pão acontece
Que a verdade aqui seja dita
Eita que terra bendita!

Terra de Mil...tons do tempo
na música
na história
na arte
na poesia
na alegria que contagia.
Ser mineiro é ser assim
Limpin...Quetin...Amiguin...

Na cozinha
Frita o ai no ói,bem fritim
Cuidando prá num espirrá nos óio
Mexe bem um anguzimn
Prá cumê com torresmin
Da cachaça bebe um gulim
Sobremesa é rapadura
Com queijim de meia cura.

Se você chega a qualquer hora
Ô de casa! Vai gritando de fora
Pode entrar que a casa é sua
Cafezin e pão de queijo sem demora
Tá na mesa com certeza,qui beleza!
E à criança que perguntou on cô tô
Respondemos bem alto e preciso
Você agora está num paraíso

Isto é minha mineirice...um tema
Estado da alma...Quase um poema!

(Lage, Mazeh)

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